'Institutos precisam ser responsabilizados', diz relator do projeto sobre pesquisas eleitorais

O tema voltou ao debate neste mĂȘs, depois que os resultados do primeiro turno das eleições revelaram nĂșmeros muito diferentes dos que foram apresentados nas pesquisas divulgadas nos meses anteriores ao pleito.

Por bahiadefato em 21/10/2022 às 09:56:52

O deputado que foi designado relator do projeto de lei que criminaliza erros em pesquisas eleitorais, Paulo Eduardo Martins (PL-PR), disse, nesta quarta-feira (19), que institutos de pesquisa que divulgarem resultados discrepantes dos resultados das urnas devem ser responsabilizados.

"Estamos observando diversas distorções nas pesquisas eleitorais, que em nada contribuem para a escolha do eleitor. Os institutos precisam ser responsabilizados por erros estatĂ­sticos que se descolam de forma tão grande da realidade. Isso Ă© preservar a democracia", comentou.

Na Ășltima terça-feira (18), a Câmara dos Deputados aprovou urgĂȘncia na tramitação da matĂ©ria, o que significa que o PL 96/2011 pode ser votado no plenĂĄrio sem a necessidade de passar pelas comissões. Ainda não hĂĄ prazo para que os parlamentares apresentem um texto final e incluam o projeto novamente na pauta, o que permite a anĂĄlise ainda nas sessões desta semana.

Segundo Martins, o texto deve passar por modificações, jĂĄ que a ideia Ă© analisar outros projetos com o mesmo tema para construir um texto Ășnico, que aborde novas regras para institutos de pesquisas eleitorais.

"A iniciativa em questão não serĂĄ necessariamente esse texto; nós vamos construir um novo texto para estabelecer uma situação muito clara e dar uma resposta à sociedade para esse resultado das pesquisas", disse.

Atualmente, outros 11 projetos de lei estão apensados ao PL 96/2011, inclusive a proposta do lĂ­der do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), que prevĂȘ prisão de quatro a dez anos, alĂ©m de pagamento de multa de R$ 1,2 milhão para institutos de pesquisas e veĂ­culos de comunicação que divulgarem apurações com resultados diferentes dos das urnas.

Outro texto que estĂĄ apensado ao projeto, proposto pelo deputado Rubens Bueno (PPS-PR), estabelece aumento de dez vezes para a multa, que passa a ser de R$ 500 mil a R$ 1 milhão, alĂ©m de detenção de seis meses a um ano para o crime de divulgação de pesquisa eleitoral fraudulenta.

Erros em pesquisas eleitorais

O tema voltou ao debate neste mĂȘs, depois que os resultados do primeiro turno das eleições revelaram nĂșmeros muito diferentes dos que foram apresentados nas pesquisas divulgadas nos meses anteriores ao pleito. 

Na eleição presidencial, por exemplo, Datafolha e Ipec davam menos de 40% dos votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e apontaram a possibilidade de o ex-presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) ganhar sem a necessidade de segundo turno, mas ambos erraram.

Desde agosto, o Ipec fez sete pesquisas de intenção de voto ao PalĂĄcio do Planalto. Considerando os votos vĂĄlidos, o petista oscilou de 52% para 51%. Levando em conta a margem de erro de 2 pontos percentuais estabelecida pelo instituto, o Ipec se aproximou do resultado divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que registrou 48% dos votos para Lula.

No entanto, o instituto errou o total de votos obtidos por Bolsonaro, que teve 43% dos votos. Nos sete levantamentos do Ipec, o chefe do Executivo começou e terminou com 37% dos votos vĂĄlidos. Com o Datafolha não foi diferente. Em seis pesquisas feitas desde agosto, Lula iniciou com 51% dos votos vĂĄlidos e terminou com 50%. Bolsonaro, por sua vez, tinha 35% na primeira amostra e 36% na Ășltima.

Fonte: R7

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