Oito escolas de Itaberaba são premiadas com o Selo Escola Antirracista

Ao todo, três centros municipais de educação infantil e cinco escolas municipais foram contempladas com o Selo Compromisso - Prêmio Oru no auditório Floraci Alencar, da Secretaria Municipal de Educação.

Por bahiadefato em 17/12/2022 às 09:04:14
Escolas premiadas

Escolas premiadas

A Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA) iniciou, nesta quinta-feira (15), a premiação das oito escolas vencedoras do Selo Escola Antirracista em Itaberaba, no portal de entrada da Chapada Diamantina. Ao todo, três centros municipais de educação infantil e cinco escolas municipais foram contempladas com o Selo Compromisso – Prêmio Oru no auditório Floraci Alencar, da Secretaria Municipal de Educação. A categoria é destinada a instituições comprometidas a implementar ações para a construção de uma educação antirracista em até dois anos.

Entre as instituições de ensino vencedoras e presentes na cerimônia para receber o troféu e o certificado está a Escola Municipal Viriato Sampaio. A instituição atende aos anos iniciais do Ensino Fundamental I e também oferta a Educação de Jovens e Adultos – EJA. "Em nossa escola o respeito se faz presente independente de cor, crença e religião, juntos buscamos o ensino público de qualidade a conhecer, apreciar e experimentar as mais diversas experiências", destacou a instituição de ensino em vídeo apresentado à comunidade durante a cerimônia de premiação.

Defensora Camila Andrejanini (à dir.) entrega certificado a representantes de escolas vencedoras | FOTO: Osvaldo das Virgens/Secom Itaberaba |

Docente de Artes, Ciências e Educação Física da Escola Municipal Viriato Sampaio, Dislane dos Santos Alves destaca que as atividades desenvolvidas pela escola visam fazer conhecer a cultura, os costumes e hábitos dos povos indígenas, africanos e afro-brasileiros. "Com isso, esperamos contribuir para a formação dos alunos e também para o desenvolvimento de cidadãos conscientes, que respeitam a diversidade", diz.

Já a professora Ana Deise explica que ensina seus alunos sobre a diversidade indígena e afirma que a proposta de trabalho conduz as crianças a conhecer as etnias indígenas, além de vivenciar situações envolvendo manifestações culturais. Estudante do 5º ano B da Escola Municipal da 5ª Residência do DER-BA, Maria Eduarda também comentou sobre o impacto da iniciativa, que busca combater o racismo nas escolas e incentivar a implementação de práticas de valorização da cultura negra.

"Muitas pessoas acham que a cor da pele é mais importante do que conhecer a pessoa. Para mim, é importante que as escolas ensinem seus alunos [a combater o racismo], pois vamos levar o que aprendemos para a vida, então precisamos saber o que falar e fazer diante dos atos racistas", afirmou a pequena estudante durante a apresentação da Escola Municipal da 5ª Residência do DER-BA.

Representantes de escolas e centros municipais vencedores do Selo Escola Antirracista discursam sobre a importância da premiação | FOTO: Osvaldo das Virgens/Secom Itaberaba |

Defensora pública com atuação na área de infância e Juventude em Itaberaba, Camila Andrejanini destacou que muitas escolas surpreenderam a comissão julgadora com suas iniciativas. "Houve escola que trabalhou com peças de teatro, sendo que uma em especial me chamou atenção que foi a que desenvolveu a apresentação da peça O Príncipe Preto com direito a cenário e crianças caracterizadas como personagens", relatou a defensora pública.

Camila Andrejanini também destacou que outra unidade escolar apresentou um projeto que relacionou o futebol ao racismo. "A escola apresentou um estudo teórico e histórico das atitudes racistas no respectivo esporte, desde o início até os dias atuais, e constatou que muitos jogadores negros tentam, mas poucos se profissionalizam – e um percentual menor ainda recebe salários astronômicos, atravessando a bolha social", complementou.

Outro ponto destacado foi que, apesar da vigência da Lei 10.639/2003 e Lei 11.635/2008, que versam sobre a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena, as ações ainda precisam avançar.

"Nós ainda temos muito a avançar. Todavia, acredito que o Selo vai auxiliar na mensuração das ações antirracistas, facilitando o controle também pela própria comunidade e dar um norte às escolas que ainda não trabalham com a temática racial", avaliou a defensora pública.

A próxima premiação acontecerá em Boa Vista do Tupim, no auditório da Câmara Municipal de Vereadores, em 19 de dezembro de 2022, às 14h. O evento é aberto ao público e recomenda-se o uso de máscaras faciais para a proteção contra a Covid-19.

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