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Diretoria da PRF nega ter se omitido e permitido bloqueios em rodovias

PRF deu entrevista coletiva para tratar das ações para garantir a livre circulação nas rodovias brasileiras - Antonio Cruz/Agência...


PRF deu entrevista coletiva para tratar das ações para garantir a livre circulação nas rodovias brasileiras - Antonio Cruz/Agência Brasil

Paralisação de 2018

A velocidade com que os manifestantes tomaram as rodovias levou os diretores da PRF a comparar a atual situação com a paralisação de caminhoneiros, em maio de 2018. Segundo eles, desta vez, o movimento ganhou corpo mais velozmente. Porém, a exemplo de quatro anos atrás, as autoridades ainda não identificaram as lideranças dos protestos.

“Em 2018, tivemos uma [semelhante] escalada da quantidade de interdições após o quinto dia. Agora, foram menos de 24 horas”, comentou o diretor de Operações, Djairlon Henrique Moura, ao falar sobre as dificuldades de deslocar agentes para todos os pontos de concentração de manifestantes. “É uma operação muito complexa. Só quem já participou de uma operação destas, como eu, em 2018, sabe o quanto é difícil. Há pontos com até 500 manifestantes. Carretas com até 80 toneladas paradas sem a chave e sem conseguirmos identificar o condutor. Há crianças de colo, mulheres, idosos…”, acrescentou Moura, explicando que os policiais rodoviários federais são orientados a agir “com bastante parcimônia”, procurando resolver a situação por meio do diálogo a fim de evitar conflitos.

Ações

Os diretores da PRF afirmam que, até a meia-noite de ontem (31), os policiais rodoviários federais já haviam aplicado 182 multas de trânsito a pessoas flagradas obstruindo rodovias. As punições administrativas podem variar de R$ 5.869,40 para quem utilizar veículos para bloquear rodovias a R$ 17.608,20 para quem estiver organizando as interdições. Além disso, as autuações podem servir de provas em ações judiciais que podem resultar em outras punições.

“Todas as informações estão sendo coletadas e uma das medidas adotadas no protocolo de desobstrução [das rodovias] é fotografar as placas [dos veículos] e identificar as lideranças do movimento. Posteriormente, estas informações serão repassadas aos juízes que emitiram os interditos proibitórios e ao TSE”, declarou o diretor-executivo, Marco Antônio Territo, que substituiu o diretor-geral, Silvinei Vasques, à frente da coletiva. Segundo a assessoria da PRF, Vasques não participou da conversa com os jornalistas por ter sido convocado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para tratar das medidas necessárias para liberar as rodovias.

Ainda segundo Territo, manifestantes já foram presos, embora o número exato ainda esteja sendo levantado. Além disso, de acordo com o corregedor-geral, Wendel Benevides Matos, policiais que aparecem em vídeos divulgados nas redes parabenizando os manifestantes que bloqueiam rodovias ou afirmando que a PRF não atuará para tirá-los das vias já estão sendo investigados.

“A PRF age no cumprimento da lei. Não apoia a ilegalidade ou o fechamento de rodovias federais. Os casos que tem aparecido na internet já foram identificados e a Corregedoria-Geral já instaurou um procedimento para verificar se houve algum desvio de conduto”, afirmou o corregedor.

Agência Brasil

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