Lula diz que atritos internos são naturais na economia e meio ambiente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vê com naturalidade a ocorrência de atrito entre diferentes pastas do governo, em especial quando envolvem processos que requerem cuidados especiais, como nas áreas ambiental e econômica.

Por bahiadefato em 03/06/2025 às 14:57:44

O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva disse que vĂȘ com naturalidade a ocorrĂȘncia de atrito entre diferentes pastas do governo, em especial quando envolvem processos que requerem cuidados especiais, como nas ĂĄreas ambiental e econômica.

A afirmação foi feita em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (3), em resposta após um pedido de avaliação do projeto de lei (PL) que cria um marco para o licenciamento ambiental no paĂ­s.

O PL 2.159 é chamado também de PL da Devastação por aqueles que são contra sua aprovação. Os que são favorĂĄveis ao projeto dizem que ele darĂĄ celeridade às licenças ambientais.

O texto aprovado no Senado – e jĂĄ encaminhado à Câmara dos Deputados – prevĂȘ a dispensa de licenciamento para atividades que não ofereçam risco ambiental ou que precisem ser executados por questão de soberania nacional ou de calamidade pĂșblica.

Além disso, o PL isenta de licenciamento os empreendimentos agropecuĂĄrios para cultivo de espécies de interesse agrĂ­cola, bem como de pecuĂĄria extensiva, semiextensiva e intensiva de pequeno porte.

Atrito

Lula disse que não conhece de forma detalhada as regras previstas no projeto em tramitação no Legislativo.

"Quando chegar [à PresidĂȘncia], eu digo se concordo ou não com as regras aprovadas", afirmou.

Na avaliação do presidente, é natural que haja atritos, inclusive entre membros de sua equipe, em questões relevantes que envolvem os mais diversos interesses.

"Foi assim nos meus mandatos; nos governos do Fernando Henrique Cardoso, do José Sarney e de todo mundo. Sempre haverĂĄ atrito e divergĂȘncias entre as pessoas que concedem e as pessoas que querem receber. Isso vale também para crédito bancĂĄrio; vale para liberação de orçamento."

Ibama

No caso especĂ­fico do que seria a demora para os licenciamentos ambientais concedidos pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais RenovĂĄveis, o presidente lembrou que, se o Ibama der uma autorização precipitada, quem vai para cima dele é o Ministério PĂșblico.

"Então eles também tĂȘm preocupações porque tĂȘm muitas responsabilidades. É por isso que, muitas vezes, eles são muito exigentes", disse Lula.

"Claro que, se vocĂȘ fosse ministro dos Transportes, tendo o compromisso de fazer uma quantidade de obras, e um dos motivos do atraso seja o Ibama, obviamente que vai discutir com o Ibama. Se é [algo do interesse de] uma hidrelétrica, o ministro vai discutir primeiro com o Ibama. Sempre haverĂĄ atrito", disse. "E vai continuar sendo motivo de atrito", ponderou.

Lula lembrou que, quando reassumiu a PresidĂȘncia da RepĂșblica, em 2023, o Ibama tinha 700 funcionĂĄrios a menos do que tinha ao final de seu segundo mandato no Executivo, em 2010.

A diminuição do nĂșmero de servidores é, segundo o presidente, um dos fatores que explicam eventuais atrasos.

"Muitas vezes, a morosidade do Ibama não é por mĂĄ-fé, mas por falta de especialistas ou por exigĂȘncias de capacitação técnica para fazer as coisas. Se vocĂȘ não tem todas as pessoas [de] que vocĂȘ precisa, vocĂȘ demora mais", argumentou.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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