"Não quero mais carregar essa dor calada. Não quero mais fingir que estĂĄ tudo bem. Não aceito mais ser abusada, nem fĂsica, nem moral, nem psicologicamente. Hoje, eu começo a escrever um novo capĂtulo da minha vida. Um capĂtulo de cura, de força, de dignidade. Por mim. Pelos meus filhos. Por todas nós", postou, ao final da carta aberta, a parlamentar.
"Durante anos, fui silenciada dentro da minha própria casa. Fui desvalorizada, desacreditada, diminuĂda como mulher, como mãe e como profissional. E, por muito tempo, acreditei que suportar em silĂȘncio era o caminho. Hoje, sei que não era", disse.
Segundo a parlamentar, os problemas começaram logo após o nascimento da primeira filha. "O homem que havia jurado cuidar de mim se afastou, emocional e fisicamente, e as agressões psicológicas começaram", disse ela ao explicar que seu silĂȘncio ao longo dos anos foi por medo, vergonha e por acreditar que tudo poderia mudar.
"Mesmo depois de descobrir uma traição, em que a outra pessoa chegou a me mandar mensagem expondo o relacionamento entre eles, tentei reconstruir. Engravidei do segundo filho mais uma vez tentando corrigir a rota do abuso com amor. Ao invés da relação dar sinais de melhora, os abusos se transformaram em pesadelos diĂĄrios. E a pressão psicológica e moral passou a ser regra", acrescentou.
Houve, segundo ela, uma "rotina de sofrimentos", com muitos xingamentos, maus-tratos, ameaças e humilhações. "Me agarrei à falsa esperança de que o amor pudesse curar o que, na verdade, era abuso. Mas não hĂĄ cura quando não hĂĄ respeito. Não hĂĄ reconstrução possĂvel onde hĂĄ destruição emocional diĂĄria", acrescentou.
Para proteger os filhos do trauma de um divórcio e com medo de expor sua vida em pĂșblico, a deputada acabou por insistir em uma relação que, segundo ela, era de coexistĂȘncia em um mesmo ambiente.
"Eu estava sozinha, buscando forças para sair de um relacionamento que nunca deveria ter sido construĂdo. Em 2025, resolvi seguir com minha vida para tentar voltar a ter paz, ele reagiu com ódio e me espancou pela segunda vez, agora com mais intensidade", relatou Marussa, referindo-se ao momento em que tomou a decisão de tornar pĂșblico o seu problema e fazer o boletim de ocorrĂȘncia em uma delegacia policial.
Fonte: AgĂȘncia Brasil